Rotular é fácil, muito fácil. Fulano é chato, cicrano é
metido, beltrano não vale um centavo, e por aí vai. Poucas pessoas estão dispostas a
conhecer uns aos outros, a se envolverem com seus problemas, estender a mão
para ajudar. E antes que você me rotule, já digo, não sou uma dessas pessoas.
Já virou até certo clichê dizer: “Eu não dou conta nem da
minha vida, quanto mais a dos outros”. Mas, será que foi esse o exemplo que
Jesus deixou para a igreja? Não existe um egoísmo embutido na frase acima?
Refletindo um pouco em algumas passagens da vida de Jesus, aprendi grandes
lições:
Jesus e a mulher de
vários homens (Jo 4:5-42)
No encontro de Jesus
com a mulher samaritana existia um conflito antigo ali, os judeus não falavam
com samaritanos, mas, a missão de Cristo nessa terra estava acima de qualquer
conflito, preconceito, ou qualquer outra coisa. Ele não apenas conversou com a
mulher, fez mais, trouxe uma revelação espiritual e lhe ofereceu água viva para
matar sua sede interior. Você pararia o que estivesse fazendo para
conversar com alguém de péssima reputação?
Jesus e a mulher que
pulava a cerca (Jo 8:2-11)
Trouxeram até Jesus uma mulher pega em adultério, e a lei
dizia que deviam apedrejá-la. Ela estava ali, abandonada, envergonhada,
desiludida, enganada e xingada por todos ao seu redor. Todos julgando,
apontando o dedo e querendo apedrejá-la, e Jesus, mostrando um amor e sabedoria
sem igual, deixou todos envergonhados. Resumindo a lição: Todos nós pecamos,
uns mais, outros menos. Como a igreja trata um adúltero hoje?
Jesus e o ladrão (Lc 19:1-10)
Uma
multidão apertava Jesus, todos querendo sua atenção, mas, para surpresa de
todos que o seguiam, ele decide ir comer na casa de um ladrão. Zaqueu era mau visto por toda população da
sua cidade, como chefe dos publicanos e auxiliar direto do governo romano,
roubava a população na arrecadação de impostos. E Jesus, entrando na sua casa,
contrariando tudo e todos, levou o que realmente aquele homem precisava...
amor. Você faria isso com um Zé Dirceu ou Marcos Valério da vida?
Comparar
nosso estilo de vida com o de Jesus é forçar a barra? Eu não sei... só sei que
devemos deixar os rótulos para as
garrafas e julgamentos para o justo
juiz. Caso contrário, vamos continuar fingindo que amamos, e as pessoas
fingindo que são amadas, quando na verdade, ninguém cuida de ninguém, é cada um
no seu quadrado, e a vaca tá indo para o brejo. Ih... Tinha começado bem...
Com
carinho,
MF.